Apaga a luz,
Pediu o pequeno quarto sonolento
E a escuridão apagou.
Mas logo a radiação intensa do pensamento
Todo o pequeno quarto iluminou
Gosto que te acendas,
Confessou o cobertor felpudo
Oferecendo ao meu corpo o calor
Daquele sentimento desnudo
Reverberante de amor
Ah, desliga logo essa luz,
Protestou a almofada
Do mundo inferior da Razão.
Condena a repouso a mente
E a eterno fugitivo o coração
Parem,
Moderou o tecto do quarto.
A luz deve escolher como pode
O destino do delicado barco
Que ora desliza ora sacode
Por fim, a luz decidiu-se
Como se decidem na natureza as estações
A permanecer no limbo indeciso
Pintado de flores e trovões...
Até que viesse outra luz
Ou outra escuridão mais forte.
(oh espantadiço coração!)
:)