segunda-feira, maio 28, 2012

sexta-feira, maio 25, 2012

Filosofia


Mas o que queremos da vida? É a vida? O que se procura em cada segundo para se perder em cada segundo? O tempo, assim de nada nos serve.
Um dia, dando por nós próprios, perguntamo-nos o que fizemos, por onde andamos, as cidades e casas que percorremos, sem que uma resposta nos satisfaça. A vida, então, limita-se a ser o que fez de nós, sem que o tenhamos desejado, e nada pode ser feito para voltar atrás, nem para restituir os passos trocados de direcção, as frases evitadas no último extremo, o olhar que se desviou quando não devia. Ah, sim – e o amor? É isso que queremos da vida? É verdade: cada um dos abraços que se deram, contando cada instante; o rosto lembrado no auge do prazer, quando um súbito sol desponta dos seus lábios; os cabelos presos nas mãos como se delas prendesse o feixe da eternidade….Assim, a vida poderá ter valido a pena. É o que fica: o que nos foi dado e o que damos, sem que nada nos obrigasse a dar ou a receber; o puro gesto do acaso na mais absoluta das obrigações. Então, volto a perguntar: que outra coisa queremos da vida?
 
Nuno Júdice in Cartografia de Emoções


quinta-feira, maio 24, 2012

terça-feira, maio 01, 2012