quarta-feira, dezembro 05, 2012

terça-feira, dezembro 04, 2012

domingo, novembro 04, 2012

Bonifácio e Conceição :)


tristezas não pagam dívidas

sábado, novembro 03, 2012

quarta-feira, outubro 31, 2012

quarta-feira, outubro 24, 2012

terça-feira, outubro 16, 2012

segunda-feira, outubro 15, 2012

meu Djavan



  

ahhh... saudade mata a gente

domingo, outubro 14, 2012

quinta-feira, outubro 11, 2012

domingo, outubro 07, 2012


Oh hell, no these vessels
Our heart sweells up these vessels
Our heart sweells up which make us explode

We could set in on fire for them  

quarta-feira, outubro 03, 2012




Giants (2012)

sexta-feira, setembro 21, 2012


:) :) : )  :  )  :   )

segunda-feira, agosto 13, 2012

Bebido o luar

Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

 Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.


Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, agosto 11, 2012

sexta-feira, agosto 10, 2012

sexta-feira, agosto 03, 2012

Descobrimento
Um oceano de músculos verdes
Um ídolo de muitos braços como um polvo
Caos incorruptível que irrompe
E tumulto ordenado.
Bailarino contorcido
Em redor dos navios esticados
Atravessamos fileiras de cavalos
Que sacudiam as crinas nos alísios
O mar tomou-se de repente muito novo e muito antigo
Para mostrar as praias
E um povo
De homens recém-criados ainda cor de barro
Ainda nus ainda deslumbrados



Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, julho 12, 2012

terça-feira, julho 10, 2012

sexta-feira, julho 06, 2012

domingo, junho 24, 2012





sexta-feira, junho 22, 2012


segunda-feira, junho 11, 2012

segunda-feira, maio 28, 2012

sexta-feira, maio 25, 2012

Filosofia


Mas o que queremos da vida? É a vida? O que se procura em cada segundo para se perder em cada segundo? O tempo, assim de nada nos serve.
Um dia, dando por nós próprios, perguntamo-nos o que fizemos, por onde andamos, as cidades e casas que percorremos, sem que uma resposta nos satisfaça. A vida, então, limita-se a ser o que fez de nós, sem que o tenhamos desejado, e nada pode ser feito para voltar atrás, nem para restituir os passos trocados de direcção, as frases evitadas no último extremo, o olhar que se desviou quando não devia. Ah, sim – e o amor? É isso que queremos da vida? É verdade: cada um dos abraços que se deram, contando cada instante; o rosto lembrado no auge do prazer, quando um súbito sol desponta dos seus lábios; os cabelos presos nas mãos como se delas prendesse o feixe da eternidade….Assim, a vida poderá ter valido a pena. É o que fica: o que nos foi dado e o que damos, sem que nada nos obrigasse a dar ou a receber; o puro gesto do acaso na mais absoluta das obrigações. Então, volto a perguntar: que outra coisa queremos da vida?
 
Nuno Júdice in Cartografia de Emoções


quinta-feira, maio 24, 2012

terça-feira, maio 01, 2012

sábado, abril 28, 2012

quarta-feira, abril 04, 2012

segunda-feira, abril 02, 2012



...sou uma espécie de vampiro
e quando sobre ti me atiro
é pra saborear um pouco do teu sangue!
é só pra beber gota a gota o teu sangue!


quinta-feira, março 22, 2012

:)

já não tenho pena, sei esperar

Lisboa


No bairro de Alfama os eléctricos amarelos cantavam nas calçadas íngremes.

Havia lá duas cadeias. Uma era para ladrões.

Acenavam através das grades.

Gritavam que lhes tirassem o retrato.

"Mas aqui!", disse o condutor e riu à socapa como se cortado ao meio,

"aqui estão políticos". Vi a fachada, a fachada, a fachada

e lá no cimo um homem à janela,

tinha um óculo e olhava para o mar.

Roupa branca no azul. Os muros quentes.

As moscas liam cartas microscópicas.

Seis anos mais tarde perguntei a uma senhora de Lisboa:

"será verdade ou só um sonho meu?"



Tomas Tranströmer (tradução de Vasco Graça Moura)
Prémio Nobel da Literatura 2011

terça-feira, março 20, 2012

quinta-feira, março 15, 2012

sexta-feira, março 02, 2012

Poema do desamor total

Hoje é daqueles dias em que a felicidade poderá vir de um desconhecido, somente. Um coleccionador de caricas ou bonés que venda meias e chinelos. Um artista com 80 dedos de anos ossudos, portador de 95 anos de resistência ao inóspito dos dias, com um - Bom-dia vida! Um carteiro da Patagónia que traga as últimas notícias do sul.

Somente um desconhecido não seria intragável. Os conhecidos sabem sempre a qualquer coisa: a conhecidos. E os meus dias desejam mistérios a sós. O mundo está já muito cheio de tudo e o meu corpo não pode dar abrigo, nem se pode abrigar. Quer sejamos bem ou mal comportados, egoístas ou altruístas, filhos de Deus ou do Demónio, a chuva cai sempre em algum sítio. Não é a gravidade dos assuntos que faz a chuva cair. A Terra é que não quer saber. E de que me vale revoltar contra os actores, que só sabem ser o que não são. De que me vale revoltar contra o palco que fui para que outros pisassem em plena actuação? Erguem o queixo para a plateia que se estende à sua frente e a possessão brilha de desejo nos seus olhos. Mas mais cedo ou mais tarde todos percebemos, aterrorizados, que somos ora actores ora plateia. Sempre personagens de nós mesmos, eternamente buscando os desconhecidos, os mistérios, os inóspitos lugares da alma que se escondem nos sótãos. E também sempre os espectadores mais cínicos, lamentando a inércia da vida.

Foi um coração partido nas lajes da camponesa. Foi um jarro quebrado na ida à fonte. Foi um uivo perdido de um cão longínquo.

Foi chorar a gravidade dos assuntos. Foi ter a visão de não se ter mais nada para dar.

Como uma casa vazia habitada só de bichos.
De bichos do acaso ou do destino. Em todo o caso, bichos.


quinta-feira, março 01, 2012

Os Erros

A confusão a fraude os erros cometidos
A transparência perdida — o grito
Que não conseguiu atravessar o opaco
O limiar e o linear perdidos

Deverá tudo passar a ser passado
Como projecto falhado e abandonado
Como papel que se atira ao cesto
Como abismo fracasso não esperança
Ou poderemos enfrentar e superar
Recomeçar a partir da página em branco
Como escrita de poema obstinado?

Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"

alto foge o céu

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

sanduiche de gente



Shangri-La


mas se me der na telha...


CLXV

Este terrestre caos com seus vapores
Não pode condensar as nuvens tanto
Que o claro Sol não rompa o negro manto
Com suas belas e luzentes cores.

A ingratidão esquiva de rigores
Oposta nuvem, é, que dura enquanto
Nos não converte o Céu em triste pranto
Suas vãs esperanças, seus favores.

Pode-se contrapor ao Céu a Terra
E estar o Sol por horas eclipsado,
Mas não pode ficar escurecido.

Pode prevalecer a vossa guerra:
Mas, apesar das nuvens, declarado
Há-de ser vosso Sol, e obedecido.

Luiz de Camões



sexta-feira, fevereiro 24, 2012

6:11



chama, chama
não vou viver como alguém que só espera um novo amor
há outras coisas no caminho onde vou
:)



segunda-feira, fevereiro 13, 2012

grécia



quinta-feira, fevereiro 02, 2012

terça-feira, janeiro 31, 2012

segunda-feira, janeiro 30, 2012

segunda-feira, janeiro 23, 2012





domingo, janeiro 22, 2012



ahhhhhh


ahhhhhhhhh

quarta-feira, janeiro 04, 2012