Gostava de dizer qual o céu que me contenta
Partilhar os pequenos mundos que aprecio
As pequenas chuvas com que me envolvo de prazer
Os chocolates que desembrulho e saboreio na cabeça
Ah, mas não posso.
Não posso porque abrir a boca para explicá-los faria perder logo metade da sua beleza. Pior seria alguém escutá-los e nunca na verdade perceber o que são. Isso saberia a golpe duro, como a recusa de um presente dado em total pureza. Pior seria alguém escutá-los e sorrir e falar de outra coisa a seguir, como se o que foi dito revelasse apenas mais um vislumbre da minha personalidade. Não seria. Seria o céu que me agrada, as pequenas chuvas que me enchem de prazer, e isso é só meu mas é maior do que eu. Alguém disse um dia que não somos nós que escolhemos as canções, são elas que nos escolhem a nós. Assim são as minhas nuvens com um rasgo dourado de sol, ou sem sol, ou azuis, ou enevoadas, ou nos dias em que estão mais aborrecidas ou mais entusiasmadas. E estas nuvens feitas desta chuva e desta luz escolheram-me a mim.
Pior seria alguém escutá-las e nem sequer sorrir.
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As pequenas chuvas com que me envolvo de prazer
Os chocolates que desembrulho e saboreio na cabeça
Ah, mas não posso.
Não posso porque abrir a boca para explicá-los faria perder logo metade da sua beleza. Pior seria alguém escutá-los e nunca na verdade perceber o que são. Isso saberia a golpe duro, como a recusa de um presente dado em total pureza. Pior seria alguém escutá-los e sorrir e falar de outra coisa a seguir, como se o que foi dito revelasse apenas mais um vislumbre da minha personalidade. Não seria. Seria o céu que me agrada, as pequenas chuvas que me enchem de prazer, e isso é só meu mas é maior do que eu. Alguém disse um dia que não somos nós que escolhemos as canções, são elas que nos escolhem a nós. Assim são as minhas nuvens com um rasgo dourado de sol, ou sem sol, ou azuis, ou enevoadas, ou nos dias em que estão mais aborrecidas ou mais entusiasmadas. E estas nuvens feitas desta chuva e desta luz escolheram-me a mim.
Pior seria alguém escutá-las e nem sequer sorrir.
3 comentários:
Está poético quanto baste, e por isso não exacerbado nesse sentido. E isto porque dás aqui muito mais prioridade ao conteúdo, à linha do raciocínio, do que à poética apenas, ou seja, sentido formal da coisa.
Está, no geral, essencialmente bonito.
Delícioso!!!
=D Escreves de uma maneira que nos enche tudo!!!
Mais uma vez fiquei com sorrisinho estupido de felicidade estampado no rosto. Fico assim parva quando leio as coisas saborosas que escreves =)
A tua escrita alimenta-nos o espírito ;)
Hoje noa fiquei com sorrisos, nem lágrimas, fiquei simplesmente sossegada e embalada pelas tuas palavras...Está lindo!
mas não posso concordar contigo quando dizes, qué tudo isso que te escolhe...(talvez seja em parte, mas nao tudo) beijo.
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