domingo, janeiro 09, 2011

Quem me dera poder falar-te das nuvens que são animais de manhã e à tarde. E da música que é a minha visão e o meu tacto. E daquele menino que ia com a cabeça encostada na janela. que enquanto ele se espantava com o mundo eu espantava-me com a precariedade do Amor. Quem me dera, e não dera, ter-te. na minha vida, falar-te das minhas coisas preferidas e acompanhares-me nas imensidões. nos aconchegos, sossegos, sensíveis que são empregues pelos lábios às veias (...)
mas apesar da leve ansiedade que ainda me visita, já não há prisões de espírito. "A vida é assim" dizes tu e eu também, já o digo agora.
Antecipo o momento da despedida. Que estará nú e será simples. Tu vais-te embora e eu fico, e é tudo. E o que ficou para trás ficou e nada estará à nossa frente.
Só, à minha frente.




(mesmo assim pergunto-me se quando a vida for já povoada de novas caras e desejos, se mesmo aí eu não irei parar nas tardes quentes, ou nas tardes chuvosas, ou nas tardes amenas, ou nas noites pergunto-me se mesmo aí, não irei olhar para o tempo e chamar, por ti.)

3 comentários:

Taiyo85 disse...

Lindo... Mas muito triste....

Qualquer coisinha amor, e estou aqui...

Rute disse...

Pena... <3<3<3<3<3<3<3<3<3<3

Isobel disse...

apesar de este ser um texto muito pessoal, identifico-me muito com o sentimento...