terça-feira, junho 28, 2005

Muitas certezas destroem as buscas


Posted by Hello


Percebo agora este mundo confuso
Onde linhas de água se fundem
Na ânsia de se reunir num leito
Sou eu, que não sei distinguir
O bom, do mau, do perfeito
E toda a corrente que flúi
Passa rápido a passos de gigante
E nada dura nas águas de mim
Nem um sol, nem uma noite, nem um amante
Podia ser como uma água estagnada
Com um fundo límpido
Onde nada é mancha
E nada se passa
Ou se desarranja
Mas não sou
Sou uma corrente
Confusa
Turbulenta
Onde mil fios de líquido
Escorrem a juntar-se
E a tentar compreender-se
Embalando à superfície irrequieta
folhas de Outono
Frágeis e transpiradas
Barcos de porcelana sensíveis
Lutando para chegar ao cais
Estes emaranhados desinquietos
Onde se juntarão,
Quando se entenderão
São incógnitas que me fazem viver
Muitas certezas destroem as buscas
Por isso não as sei, nem quero saber

Ana Pena
28/06/05

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