quinta-feira, junho 26, 2008

Quando nada há a dizer o que poderei dizer?
Posso produzir discursos insuflados de ar
Ou sussurrar os meus segredos frágil
E depois alguém esquecer.
Prefiro dar toda a plateia
às minhas palavras
nem um recanto do meu sentimento elas transportam
no meus movimentos nenhum lábio de emoção se contorna
se conduz
Porque eu sou dentro de dentro
E as palavras estão fora lá fora no som só que se produz
Então porque passamos a vida a comunicar?
Vêm entregar-nos a ideia das palavras cantadas solução de encantar
Mas eu cá não acho, se me permitem
Solução que não o olhar
Olhar, olhar olhar
Dizem que é espelho da alma
Eu acho que é da alma o lago.
E isso se adequa há imensa vontade que temos de explorar a água
uns nos outros,
De mergulhar quando queremos mais
De tirar o pé quando estamos frios.
Desejo,
talvez todas as pessoas humanas também,
que se proíbam as palavras,
que a única língua seja a do bonito de dentro do coração
assim nada mais haverá a dizer
nada mais precisa ser dito.

1 comentário:

Rute disse...

"Olhar, olhar olhar
Dizem que é espelho da alma
Eu acho que é da alma o lago.
E isso se adequa há imensa vontade que temos de explorar a água
uns nos outros,(...)"

Fantástico Pena! Mesmo!