quarta-feira, abril 13, 2011

Quem diria que eu habitaria como uma tartaruga numa toca de ouriços, caracóis e escaravelhos raros que namoram em cima de folhas secas. Quem diria que um dia iria usar os cogumelos como micro-antenas para outro micro-mundo e a sombra dos arbustos para me despir e despedir. O sol por cima das árvores altas para esticar os braços e levantar a cabeça. Quem diria que me sento num baloiço de pernas para o ar e o chão continua debaixo dos meus pés. Quem diria que todas as canções que protejo e canto estendida no campo dos meus ideais, se desprenderiam, nota a nota, finalmente livres para realizar-se no mundo. Quem diria que o que digo já não vem no dicionário mas só nas pedras, nas folhas, nos bichos e nos astros, sussurrado.


Açaí, guardiã, zum de besouro, imã,
branca é a tez da manhã





1 comentário:

Rute disse...

Quem diria que o dia iria nascer de novo um dia com côr e novo perfume :D