Penetra gota a gota
Entre as pestanas.
Orvalho
Luz do dia
Treme o nervo a cada folha,
A cutícula escorre e humedece.
Excitada pelo orgasmo nascimento
Arrepiam-me os frios da luz quente manhã
E o vento sopra os grãos de areia
A minha alma antiga.
Da água ergue-se o meu esqueleto
crescido por árvores e ramos e terra
Varre a areia antiga
Lava o vento estéril
Não gosto de dedicatórias
Mas gosto de as fazer.
Porque adoro-te hoje
E amanhã não importas nada.
Qualquer pessoa que sejas.
Toda a gente.
Ela disse que eles eram os meus maiores amigos
mas o touro dentro de mim faz-me perder o controlo.
Amigos às vezes amo-os, outras detesto-os.
Varre a areia antiga
Lava o vento estéril
Falta qualquer coisa.
Deixa-me ser má quando sou má
e boa quando sou boa.
Deixa-me ser livre e verdadeira
Quando sou tua.