segunda-feira, abril 02, 2007

E assim passa o tempo,
Que me pinta amanhã olhos inchados
Saboreio o trapo na língua do vinho
vida,
desgastada.

Não fumes na cama
Não fumes na rua, ou no chão.
Hoje fui acordada por um monstro encharcado
Em lama
Engrossando rios
De olhos muito abertos e despertos,
Pingando sempre.
A demência da morte é talhar forçada em nossa dor
A boca impossível do Adeus.

Primeiro entrei na cozinha em camisa.
Abri a gaveta, escutei a janela … atenta.
Tirei a faca,
passei os dedos
Ásperos pela toalha.
Cortei o pão depressa
deitei no branco leve a cabeça
E pensei em rosas e no cheiro que elas não têm
Quando eu as penso, só.
Fechei os olhos,
a minha realidade é sempre a mesma embriagada.

Os lagos a luz as garças, são brancos são braços são barcas,
Chamando desconhecidos.

4 comentários:

Taiyo85 disse...

'E pensei em rosas e no cheiro que elas não têm
Quando eu as penso, só.'

Adorei esta passagem...

Rute disse...

Saboroso, saboroso, saboroso.
Já por várias vezes tentei comentar... Mas não consigo dizer mais nada. =D

xtr3m disse...

"a minha realidade é sempre a mais embriagada.." como te compreendo =)

Narkissus disse...

Hum...lindo e perturbador ao mesmo tempo. Aquela passagem da faca arrepiou-me mesmo...Afinal aqui há um talento muito grande que eu desconhecia...