quinta-feira, junho 07, 2007

Eu gostava dos cabelos, como o mar que corre de algas
Gostava de ...
a água suspirou.
O sonho é espuma, ainda,
o sal ainda água que evapora.
E ela suspira, eu gostava ...
Sopra, sopra, sopra, sopra!
onde mora?
numa casa de branco
que nunca a maré levou...
gostava de ...
a água inspirou.

Quero todas as criaturas retalhadas!
Quero todas as algas asfixiadas!
Quero o sol enterrado no azul profundo
Quero uma boca sem fim
uma boca sem fim
Quero ver o fundo!
Quero, quero, quero!
Quero estar no fim.

Possuir-me grotesco o mundo!
Encherem-me de pedras por aqui!
Ser abusada de tudo
Esvaziada de tudo
E depois violada por mim
violada por mim.

Quero que uma vaga
rompa pelos meus ramos sanguíneos,
e regenere cada espaço vazio
com que nasci
Que a minha boca cresça colada à garganta
para que eu não guarde palavras na barriga.
Quero um vómito
que me perpetue da morte.

E finalmente branca, nua
fragmentada
Ser o absoluto nada
Ser o absoluto nada.

3 comentários:

Rute disse...

Aptece-me envolver nas ondas dessa maré, enrolarme nas suas algas e sentir cócegas da sua espuma!

Aptece-me fechar os olhos e sentir o que escreveste =D

Muah*****

xtr3m disse...

como sempre, brilhante! =D

Taiyo85 disse...

Ser o absoluto nada...

Maravilhoso miuda... maravilhoso...