Como cresceu o nosso filho!
A nossa árvore plantada
Naquele jardim todo nosso
A pura fruta apanhada ao nascer do sol
Como cresceu o miúdo,
Foi do amor que nunca lhe faltou
Foi do carinho, das histórias antes do soninho
Dos beijos que um dia o pai me roubou.
Tão linda a nossa criança
Cheia de vida, cheia de paixão, de felicidade
Não esquecerei o seu primeiro passo,
A nossa primeira dança,
Este puto, a saudade
As nossas mãos agarradas
Os nossos abraços apertados
De quando fazíamos de nossa casa
A noite e as luzes da cidade
A nossa criança ainda brinca
Aqui no pátio do meu coração
Como se fosse hoje, ainda lhe conto as histórias
E ela canta-me aquela canção
Ainda me sorri com alegria, a nossa criança
Ainda continua a dançar com energia
No meu palco de esperança
Faça chuva, sol ou luar
Mas o nosso filho cresceu!
Cresceu tanto tanto
Que agora quis ir embora,
Ser livre outra vez, fazer vida sozinho
Conhecer o mundo, seguir o seu caminho
E deixou-me numa cadeira
Perto da mesa, encostada ao fogão
A cozinhar recordações
No meu avental debotado,
O meu esqueleto enferrujado
Pelas desilusões
E eu vivo, ou melhor, sobrevivo
Inverno após Inverno.
O único Verão que ainda acompanho
É quando me lembro e chamo
A criança ali, no pátio do meu coração
Para jogar comigo às escondidas
(adormecer-me as feridas)
E no final, me cantar a canção.
Pena
1 comentário:
adoro ler os poemas que escreves.tb como te referes a outras pessoas,deixa me dizer te que tens muito muito jeitinho pa escrver(n devo ser a 1ª pessoa que diz, mas nunca é de + referir).
Beijinhos
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