quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Anchor Song

O que fazer quando estamos ligados por uma âncora? É uma que prende ou uma que agarra? E se calhar, no último caso, não devemos fazer nada. E agradecer.

“A dependência é uma besta” Jorge Palma. Mas eu já vi saírem sublimes emoções do coração de bestas. E onde não as vi, espero que as haja. “All is Full of Love” Björk. Desejo-o, quem sabe acima de tudo. Que se espalhe em tudo o que vejo e toco. Que se espalhe. E chegue até ao fim do mundo e depois se espalhe para fora do mundo, para lá do céu. “Just cause you’re feeling it doesn’t mean it’s there” Radiohead. Esta é a perigosa. Mas é o que me há-de trazer mais alegria. Pelo menos a vida não tem sentido nenhum e é clara como a água. E clara como a noite. Uma vida sem sentido e cheia de amor.
Nirvana?

Possibly Maybe.

O Caderno de Saramago


O nosso querido José Saramago tem um blog! :) Uau! é uma delícia ler o que escreve, e quão bem o escreve!


quarta-feira, fevereiro 25, 2009

I will take the Sun in my Mouth

Entrei no quimboio a que alguns parvos chamam de metro. Aquilo é um quimboio. E as pessoas esperam pelo quimboio no apeadeiro. A que alguns parvos chama estação de metro.
Entrei no quimboio. Alguns pés, algum chão, alguns barulhilhos da porta do metro.
Sentei-me num siège. E comecei a observar, como às vezes gosto de fazer. Outras vezes nem gosto de fazer, faço sem querer e depois é que acabo por gostar.
Sentei-me num siège. E comecei a observar.
À minha frente uma rapariga de cara redonda, pele branca, alguns sinais. Mãos brancas com veias verdes e um anel dourado. Ao lado uma senhora que me pareceu feia e para a qual tentei olhar de forma a que se fosse embora aquela ideia de "feia".
Virei o pescoço para o lado direito e ao meu lado, nos outros lugares, encontrei uma rapariga. Não, encontrei-me com os braços de uma rapariga. Era a única que trazia t-shirt e os braços desnudados. (Adoro o termo "desnudados"). Então comecei a descer os olhos pelos braços dela. Perto dos ombros e até ao cotovelo eram brancos e tinham sinais. Do cotovelo até à mão os braços eram brancos e com pelinhos que faziam aqueles arcos fininhos uns a seguir aos outros, que se viam bem porque a pele era branca. E depois dos braços tinha no final umas mãos. Que mãos. Nunca as consegui ver por inteiro até aos dedos. Enquanto ela retirava um livro, peça de teatro, A Gaivota de Anton Chekhov (da qual desvendo um pouco mais, agora, pela wikipédia: Várias figuras de A Gaivota são ridículas, o que se nota pelo contraste entre a altivez e a utopia dos seus ideais e a mesquinhez e tolice dos seus actos.) tornei-me uma admiradora daqueles braços e daquelas mãos. Só aquele aspecto delicado mas firme delas. Os ossos raiando do pulso, debaixo da pele, mexendo-se com o mover dos dedos. Enquanto ela lia A Gaivota tornei-me admiradora da forma como ela mexe os dedos quase imperceptivelmente para virar a folha e da forma como ela toca com os dedos na página, como se estivesse a treinar uma música num piano, como se cada parágrafo fosse a tecla de um piano. Aquelas mãos faziam-me lembrar e eram tão bonitas quanto as da Ana do Porto. Era isso, ligavam-me directamente a essa querida memória de pequena. Imaginei que poderia ser uma estudante de arte, de teatro ou de música. Será que o seu namorado alguma vez a tinha olhado com o encanto com que eu o fazia? E ela continuava a usar a página como teclado.
Decidi olhar de novo para as personagens à minha frente e reparei que a rapariga com as mãos brancas e anel dourado e cara redonda e branca tinha estado a ver-me a olhar para a outra. E apercebi-me da minha figura, de como tinha estado com a boca aberta de contemplação a olhar para a outra. E essa rapariga de cara redonda e branca deve ter achado que eu não era boa da cabeça e que era uma voyeur do pior. Então ela pareceu-me fazer um sorriso tortinho de troça, assim de ladinho. E eu achei que ela não era nada bonita. Olhei de novo para a senhora que eu me esforçava por não achar feia. Mas não consegui.
E no final, claro, não resisti e acabei com os meus olhos naqueles braços rechonchudos como os da Guida e naquelas mãos de Ana do Porto, lindas.

domingo, fevereiro 22, 2009

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

A ... coisa

Há quem lhe dê tantos nomes fofinhos, porque é que me calhou logo este no émaile?

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

O Super - Homem

às vezes penso quem me dera não depender de ninguém. Não me doer a dor dos outros. Nem a distância, nem a ausência. Que nunca se me atrapalhassem os pés ou enxovalhasse o coração "na falta que tu me fazes". Mas será isto possível? Uma pessoa assim seria um monstro ou um Super-Homem?
Nietzche, diz-me, será "o mais solitário" o mais triste ou o mais feliz? Viverá nos calabouços do mundo ou mais perto do céu?
"As duas coisas", acho que dirias.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Eu com a cara amarela e esticada e espuma no lábio superior
2009 Nuno Farinha (slogan: "onde há Nuno há espuma no lábio superior")


Strange Place For Snow


Gosto, e penso que a maioria das pessoas também, de ser ouvida. Algumas pessoas perderam a capacidade de falar e outras de ouvir. No fundo ambas perderam a capacidade de ouvir. As primeiras de ouvirem-se a si mesmas, as segundas de ouvirem os outros. Mas é tão bom. Poder ser ouvido com gosto. E ouvir da mesma forma. E tentemos, enquanto ouvimos, olhar para cada diferença física da outra pessoa sem criticar, sem apontar defeitos "que corpo mais mal feito, que nariz horroroso, tantas marcas na cara" Podemos olhar e fazer um tentativa para ouvir, em vez de olhar. "O que me dizem as tuas palavras? a tua boca? o que me diz a tua amizade, a tua presença, o teu sorriso? o me diz o calor da tua alma?"
E só depois de ouvirmos, vermos. E então olharmos. Aí acontece a coisa maravilhosa dos defeitos passarem a feitios.
Só depois de conhecermos, avaliarmos. Ninguém tem culpa do corpo com que nasce. A nossa casa é mais do que isso.
Tentemos conhecer onde mora cada pessoa e como vive, antes de julgarmos as paredes. Sempre foi esse o meu medo.
Por vezes dizem-me que não sou sincera, estou a sê-lo.

Se quiseres, vem, que eu não te impeço. Isso seria negar-me o direito a ser feliz. Todos temos esse direito, desde o dia em que nascemos.
Mesmo que no meio da minha cabeça nervosa e com medo só passe aquela frase que li hoje da Adidas "Porque estou a adorar cada maravilhoso horrível minuto".

Vou tentar tirar a cabeça e o corpo.
Porque felizmente ... acho que a minha casa é muito mais do que isso.




E já agora What a strange place for snow. Noutro dia qualquer não escreveria isto aqui. Porquê expores-te desta forma? Porquê escreveres de uma coisa importante para ti quando ninguém está a ouvi-lo? Quando qualquer pessoa pode lê-lo e vai lê-lo impessoalmente através de um vidro? Esqueceste-te do "silêncio, o precioso silêncio"?

Às minhas coisas eu faço o que me apetece. E esse silêncio que eu tanto venero ninguém me rouba.

Oh My God!


Mas será que já não se pode querer emprenhar que nem uma vaca?

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Carolina isso é muito natural!

Carolina Ina ina ina ina ina ina i naaaa

Nanananananananaaaa. é é é

Nananananananana
é é é
Nananananananana

é é é
Nananananananana
é é é
barubaiábarubeté é é é


Nananananananana
é é é
...


Que música fantástica!

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Nãoooo Nãoooo!! Queimem os Grammys!!

Soube hoje que Robert Plant e Alison Krauss ganharam o Grammy the melhor álbum do ano com "Raising Sand", quando um dos nomeados era "In Rainbows" de Radiohead. MAS o pior não foi isso! Foi eu ter percebido que este Robert Plant



é o mesmo Robert Plantezinho dos meus Led Zepplin, tão formoso e bonitinho



AAHHHHH Raios e Coriscos para os Grammy que me destruiram a imagem bela de Robert Plant! Eu até julgava que ele já tinha perecido!

Super Mom? or not?



Oh Meu Deus...será que eu um dia vou ser assim? A verdade é que os 8 bebés são tão lindos!

sábado, fevereiro 07, 2009

À meia noite na rua do desvario



Fotógrafos: Maria Santos, Margarida Mendes e Ana Pena
Pessoas que deram ideias para as fotografias: Maria Santos, Margarida Mendes, Ana Pena e David Ferreira

=)

Proponho que os amiguinhos da vida airada façam um concurso de fotografia em que o júri é constituido por nós mesmos:) era giro!

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

I'm a very tall flower


Satellite



O meu amigo Alberto de dia (a dormir)


O meu amigo Alberto de noite (acordado)




I'll be your mirror


When you think the night has seen your mind
That inside youre twisted and unkind
Let me stand to show that you are blind
Please put down your hands
cause I see you

(Velvet Underground)



Desta vez já não é só de fazer inveja a Gotchayingyangs mas também a meninos armados ao pingarelho como "start walkings" e "live lifes"! olhem startem mas é a tirar fotos de jeito em vez de andarem a tirar fotos aos vossos pezinhos e "ai, como foi o meu dia" =) ahhhhhah

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Il magico innaffiatoio!

O regador mágico, 2009
Ana Pena



Não, não é o próximo filme do Manoel de Oliveira! É o título do meu novo filme/livro/whatever, com este belo frontispício que põe inveja a Gotchyayingyangs e outras que tais! ahah
Conta a história de um regador mágico, The magic watering can ou Il magico innaffiatoio!
É constituído apenas pela imagem que aí está
É claro que ninguém comentará este post porque não tem interesse nenhum. Afinal não se vê nenhum ser humano a mostrar os pêlos púbicos. Não está lá ninguém que possa ser ridicularizado. Não retrata uma guerra. Não mostra o sofrimento de ninguém. Não se vê nenhuma cena romântica. Não incomoda de nenhuma maneira. Não o atrai ou faz com que o olhar a evite. Não tem interesse nenhum.

Mostra um lugarzinho que passa despercebido, sem nem a ponta de uma unha de importância para o mundo, um facto sem nenhuma cabeçinha nem nenhuma alminha Ah...
e como isso é belo, como isso é tudo.
Pena: Quando se tem a Natureza, não é preciso nada mais. Não preciso de nada mais :)


Il magico innaffiatoio! Il magico innaffiatoio! Il magico innaffiatoio! :)

domingo, fevereiro 01, 2009


Le Cirque Bleu, 1950
Marc Chagall

I'm so fucking fucked



L'Anniversaire , 1915
Marc Chagall


Quem me dera que estivessemos dentro de um quadro do Chagall. Quem me dera ser aquela rapariga de preto que parece fugir, e parasse. Para te ouvir e me ouvir. Quem me dera que estivessemos dentro de um quadro do Chagall e lá dentro as regras do mundo não fossem. Quem me dera que ambos pudessemos festejar. E eu pudesse ficar feliz por finalmente ter sabido, e acreditado. Quem me dera. Quem me dera. Quem me dera poder mostrar feliz que já não sou cega.


Mas a realidade é outra.
E eu não posso. Nem explicá-lo posso.


desculpa...

bulletproof ... I wish I was