terça-feira, março 31, 2009

Bye Bye Lucky Luke

Baixa lisboeta, algures


Ana Pena, algures (by Pedro Alves)


The last shots of Lucky Luke, a minha máquina já velhinha e desgastada, companheira de muitas andanças! Obrigada querida :)

Duas sugestões



The Whitest Boy Alive

Incialmente um projecto de dance music electrónica, foi-se tornando aos poucos numa banda, como o próprio site oficial indica. De TWBA faz parte o norueguês Erlend øye, dos Kings Of Convenience. Rules, o segundo álbum da banda, saiu este ano e promete ser uma agradável descoberta.

Happy Together (1997)
Filme de Wong Kar Wai, o mesmo realizador de In the Mood For Love (2000) e My Blueberry Nights (2007), com o belíssimo Tony Leung no papel principal. Conta a história de um casal gay de Hong Kong que viaja de férias para a Argentina, onde a paixão inicial se desfaz no clima tensional e traumático, transversal a qualquer relação amorosa em desmoronamento, independentemente da orientação sexual.
Também promete ;)

Batman Returns


A outra já morreu, viva as novas máquinas fotográficas!

Correcção: Três Anjos Caídos

Gran Torino

Depois de The Wrestler e The Visitor, seguiu-se Gran Torino. Sinto-me estranhamente desprovida de palavras para os descrever, talvez por tudo aquilo que me imprimiram permanecer no domínio do inefável, soberano à insuficência da linguagem. Vi-me inesperadamente perante o que considero uma trilogia, uma trilogia sem princípio, nem meio, nem fim, embora definitivamente consumada em Gran Torino. Diria uma trilogia circular, que se une e perpetua, quer na História, quer na Arte. Arrisco dizer que tudo o que de crucial entendo da vida, vive aqui. Todas as contradições humanas, as agruras impostas, entalhadas, feridas, o amor que (se) desperta e acolhe nos etéreos instantes, a hostilidade do eterno confronto sonho-realidade, a consciência em guerra aberta, os corpos que restam dela. As lascas da impotência. E sempre, a inevitabilidade.

domingo, março 22, 2009

Dois Anjos Caídos

The Wrestler
Cruel as life can be


Merecia de longe ter ganho o Óscar.


The Visitor"Acho que é um dos melhores filmes recentes do cinema independente americano, um drama poderoso e inesperado com grande pertinência nos temas que aborda e uma interpretação magnífica." Nuno G.


E também, Graças a Deus, dois filme seguidos em que é A Mulher o elemento unificador, fonte adorada de plenitude e desejo. É Ela que surge espelhada no olhar daqueles homens, e vem dele o brilho que nos assegura que Ela, A Mulher, é "um organismo cuja existência é já poesia." Guilherme R.

Pena Feliz


:) why not?

Claudio Corallo

sábado, março 21, 2009

Angels in America

Angels in America

TV-series from 2003 (6 episodes)
Based on the play by Tony Kushner

"I usually say, "Fuck the truth," but mostly, the truth fucks you."


Well and what happens when truth fucks us? we change or we die....

"- In your experience of the world. How do people change?

- Well it has something to do with God so it's not very nice. God splits the skin with a jagged thumbnail from throat to belly and then plunges a huge filthy hand in, he grabs hold of your bloody tubes and they slip to evade his grasp but he squeezes hard, he insists, he pulls and pulls till all your innards are yanked out and the pain! We can't even talk about that. And then he stuffs them back, dirty, tangled and torn. It's up to you to do the stitching.

- And then get up. And walk around.

- Just mangled guts pretending.


- Yeah... that's how people change"

When the world spits in our face and hurts us, we can take imagination as our shelter. But in the end we have to look straight in the eyes of the beast and walk through it.

"Harper: In this world, there is a kind of painful progress. Longing for what we've left behind, and dreaming ahead. At least I think that's so."


But but but in the end in the end in the end (or in the beginning?)

"You are all beautiful." "Treshold of revelation."


Grande série!!


"The world only spins forward. We will be citizens. The time has come."

foto by Aninha Peninha


é o 21 do Março

O Dia Mundial da Poesia! :) da po-e-sia. sia. sia. dapoesia.

E como sou uma obcecada por Björk que até mete nojo, não me ocorria nenhuma frase senão esta para escrever naquela loooonga faixa, desenrolada pela Baixa. Naquela longa tela para a poesia dos escritores, e dos corações, anónimos.

segunda-feira, março 16, 2009

O (A) Iluminado(a)

Vamos lá terminar com este tom de blog depressivo, choradinho. Já chega de posts fundo do poço. Muda de tom Dona Pena. Fiquemos com o grande, o maravilhoso

Tom Zé, o Iluminado!!!

:) e já agora um agradecimento à Dona Marisa porque você tem paciência para ler quase todos os meus posts, é incrível, obrigada!

E agora rufem os tambores porque o grande TOM ZÉ vem aí commmmm o fantásticooooo

O AMOR é um ROCK!!! Ahahahaha Semalmacruelcretinodescaradofilhodamãe!

domingo, março 15, 2009

O (i)mundo

Acho destrutivo que existam pessoas no mundo que nunca se sentiram gostadas. Acho destrutivo no mundo existirem pessoas que mentiram durante anos a outras. Acho destrutivo a falta de afecto. Acho destrutivo alguém precisar de chorar e não sentir que tem um ombro onde o possa fazer. Acho destrutivo existirem pessoas que tomam anti-depressivos para viver. Acho destrutivo existirem pessoas que ignoram os outros. Acho destrutivo existirem pessoas que não respeitam os outros. Acho destrutivo a doença. Acho destrutivo existirem pessoas que não têm as condições básicas de vida. Que sofrem frio. Que sofrem fome. Que não têm ajuda de ninguém. Para nada. Acho destrutivo existirem pessoas que já não têm qualquer esperança.

Acho que o mundo é altamente destrutivo. Que a nossa cabeça é capaz das maiores alucinações para fingir que não é uma bomba-relógio altamente destrutiva. Que é tudo uma questão de tempo. Que é tudo uma questão de Tic - e pelo meio é inventado o amor, a alegria, a felicidade, a realização, o orgulho, o poder, o reconhecimento - e de Tac.

Acho que o mundo é a maior força destrutiva da vida.


Beirut

(So) Broken

Lembro-me de quando ia brincar lá para baixo para o parque e preparava com folhinhas das árvores e terra o meu almoço. Às vezes tinha até uma panela e um fogão, como lá na terra dentro de uma cestinha. Também podia pôr um bocadinho de água e alí estava eu, feliz cozinheira do dia. Lembro-me quando levantar-me cedo era uma alegria, para ver desenhos animados e comer pão com manteiga e fiambre. Quando sabia tão bem ir para o parque brincar com sol, e a minha mãe chamar-me para comer ao meio dia. Ficava feliz só de saber que ia comer, só do cheiro bom do almoço. E quando era bem pequenina e me pediam para contar anedotas à mesa e toda a gente se ria. E me pediam para tocar acordeão "Oh Catarina tocas tão bem acordeo!" "Anita não é bonita mas acredita que a noite cai" "Ai que olhos mais lindos os desta menina, parecem duas azeitonas a brilhar!" Era extraordinário ser feliz e não ter de apontar uma razão para isso. Suponho que se recordo a minha infância como uma coisa essencialmente boa, então é porque fui uma criança feliz. Da família ficou para sempre a saudade desses tempos de canções e alegria e muita gente junta à volta da mesa. E de quando a minha mãe me cantava músicas ou contava histórias, antes de dormir. A história assustadora dos meninos que se perderam na floresta, ou aquela música triste da menina que perdeu a mãe. E eu chorava quando ouvia essa música, chorava mas gostava que ela ma cantasse antes de dormir. Daqueles momentos em que me deliciava a folhear os livros de bonecos, com as imagens talhadas pela minha imaginação, fascinante sinto-o agora, que era o que tinha para os ver, porque felizmente ainda não tinha aprendido as letras. Para sempre habitam, bem cá no fundo da minha memória essas imagens cuja história eu construí. E nem pensar em ligar ao que dizem as letras desses livros. Aquelas histórias são minhas, são as que eu via na altura, não as que todos podem ler.

Da família ficou para sempre a saudade desses tempos de canções e alegria e muita gente junta à volta da mesa.
Era extraordinário ser feliz e não ter de apontar uma razão para isso.


Poema à Mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe.

Tudo porque já não sou
o menino adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
e o todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.


Eugénio de Andrade, Os Amantes Sem Dinheiro.

sábado, março 14, 2009

Só treta

Fogo hoje decidi, já tardiamente, tirar a tarde sem fazer niente e venho para aqui e encho isto de treta. Há coisas mesmo do arquinho da velha.

Tás apaixonado? Cura-te!

Há aqueles gajos, que entre uma fungadela e outra, perguntam Qué feito do Johnny pa? . Epá o Johnny agora não se vê, tá doente, anda apaixonado meu.

Depois há aqueles que numa conversa de noite ao luar, que com 2 cervejas já ficam logo com a língua desenrolada. Eu não sou desses, há muitos que são assim, eu sei, mas eu não, eu dou muita importância aos sentimentos e vivo deles. E preocupo-me muito pelo que ela possa estar a sentir.

Depois há aqueles que ver pipis à frente (ou por trás) não está nos seus planos.

Depois há aqueles que estão apaixonados pelo ginásio. Hoje vou levar a minha miúda a jantar e amanhã à tarde ela vem-me ver a malhar. Duh

Depois há aqueles por quem nos apaixonamos. Que são sempre perfeitos, irresistíveis e estúpidos.


Se eu tentar calcular o tempo que passo na realidade e o que passo na imaginação, no fim, não sei para que lado penderá a balança. Até porque realidade é sempre aquela coisa difícil de definir. Será perigoso reinventar o mundo e viver no nosso mundo reinventado? Por outro lado, será perigoso andar sempre na sombra (ou à sombra?) dos factos factualíssimos, físicos, onde margem para dúvidas é coisa que não há? Como em tudo, no meio é que está a virtude. Pena é que esta resposta seja daquelas que tapa o buraco, mas não chega. É uma resposta piorzinha do que “O melhor é não pensar, rapariga”.

Há pessoas que são felizes na realidade, porque a aceitam como a coisa mais diversa, caótica e imprevisível de todas, que ela é. As restantes podem ser felizes, mas não vivem na realidade. É tão simples quanto pensar: se a realidade é de todos, então eu não posso ter uma só minha. Logo não posso estar verdadeiramente a viver na realidade enquanto a minha realidade for a objectiva através da qual vejo a dos outros.

Talvez seja impossível olhar para o que quer que seja sem ser através da minha objectiva pessoal, que trás agarrada a si o jeito da minha personalidade, os quadros da minha experiência e os olhos da minha imaginação. Mas se queremos estar um bocadinho mais próximos da realidade não é cá dentro que devemos ficar. Devemos subir para uma montanha, deixar que o ar frio nos lave bem os olhos e limpe a cabeça, e ver lá de cima o que se passa cá em baixo. O panorama geral sobre o teatro. E é natural que nessa altura aquele ser que sempre viveu connosco (e viverá), se torne mais claro e, quiçá, mais leve.

“I usually say fuck truth! … but mainly is truth that fucks you”
All is full of love




You have to trust it


maybe not
from the directions
you are staring at

All is full of love

you just ain't receiving
your phone is off the hook

all is full of love
all is full of love
all is full of love
all is full of love
all is full of love

You have to trust it

sexta-feira, março 13, 2009

The Great Miss Judy Garland



De fazer chorar as pedras da calçada...

Horray for Love

ahah Delicioso!




"Porque só aquele que é suficentemente homem pode salvar a mulher na mulher!"

Nietzche, Assim Falava Zaratustra


Será que apareceu algum para salvar estas duas? ;)

quinta-feira, março 12, 2009

i will take the sun in my mouth



I will wade out
Till my thighs are steeped
In burning flowers
I will take the sun in my mouth
And leap into the ripe air
Alive with closed eyes
To dash against darkness

In the sleeping curves of my body
Shall enter fingers
Of smooth mastery
With chasteness of sea-girls
Will I complete the mystery
Of my flesh
Will I complete the mystery
Of my flesh
My flesh

:)

quinta-feira, março 05, 2009

quarta-feira, março 04, 2009

"Reparar" por Saramago

E eu gostei tanto do teu Ensaio, visto pelos olhos do Meirelles, Saramago.

Robin Thicke

Epá fazer baladas como deve ser não é fácil. Cá para os meus botões este senhor é R&B de qualidade. Grande grande música.



O último álbum - Something Else - está muito nice.
Finalmente encontro something else bom.
Magic

segunda-feira, março 02, 2009


La Plus Belle Scène de "Dans Paris"

domingo, março 01, 2009

And the Oscar goes to...

Melhor Filme




Melhor Actor (romântico)



Melhor Actriz (melodramática)



Melhor Western aka melhor cowboiada




Melhor Filme ... "Independente"

Melhor Filme de Animação

(dobrado em PT para os estrábicos)

Melhor Filme de Terror

Melhor Argumento ( "Eu sou Arte Abstracta")


Melhor Guarda-Roupa



Melhores Efeitos Especiais



Melhor Banda Sonora

Prémio Público

(close-up da personagem anterior)

Alguns dos meus amigos










Mas...

Há sempre um mas... :)

Eu e a aldeia
Marc Chagall, 1938

... que belo bocadinho desta tarde. Que bom partilhar o espírito entre palavras, olhares e sorrisos. E sentir que nalgum momento estivemos lá, satisfeitos na unidade um do outro. E obrigada por me dares a conhecer esse escritor.

"A vida está semeada de milagres que as pessoas que amam sempre podem esperar."

in "À Sombra das Raparigas em Flor" de Marcel Proust

XVII. POEMA PARA O MEU AMOR DOENTE

Hoje roubei todas as rosas dos jardins
e cheguei ao pé de ti de mãos vazias.

Eugénio de Andrade