Gran Torino
Depois de The Wrestler e The Visitor, seguiu-se Gran Torino. Sinto-me estranhamente desprovida de palavras para os descrever, talvez por tudo aquilo que me imprimiram permanecer no domínio do inefável, soberano à insuficência da linguagem. Vi-me inesperadamente perante o que considero uma trilogia, uma trilogia sem princípio, nem meio, nem fim, embora definitivamente consumada em Gran Torino. Diria uma trilogia circular, que se une e perpetua, quer na História, quer na Arte. Arrisco dizer que tudo o que de crucial entendo da vida, vive aqui. Todas as contradições humanas, as agruras impostas, entalhadas, feridas, o amor que (se) desperta e acolhe nos etéreos instantes, a hostilidade do eterno confronto sonho-realidade, a consciência em guerra aberta, os corpos que restam dela. As lascas da impotência. E sempre, a inevitabilidade.
1 comentário:
A tua escrita é deliciosa, sabias ? sabias?
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