..De Ti
Gosto de ti porque te lembro quando te esqueces do casaco
Gosto de ti porque gosto de mexer no teu cabelo devagar
Gosto de ti porque à força de repetir o teu nome, já não sei bem o meu
Enquanto te espero sinto fogo de artifício no meu corpo, gosto de ti
Gosto de ti porque viajo os meus pensamentos para o teu planeta
Gosto de ti porque adoro demorar os meus olhos na tua cara
Gosto de ti porque és um pesadelo que é melhor que um sonho
Se não me dizes nada fico triste, muito triste, gosto de ti
Gosto de ti porque gosto de dizer que sim, que gosto muito de ti
Gosto de ti porque se não gostas da comida eu também não
Gosto de ti porque o cheiro da tua proximidade entontece
Mesmo que esteja insegura penso sempre em ti, em nós, gosto de ti
Gosto de ti porque só me apetece beijar-te os braços todos
Gosto de ti porque gosto tanto da tua voz rara
Gosto de ti porque não me importo que não me contes tudo
Quando olhas com ternura para outras, continuo a sentir que gosto muito de ti
Gosto de ti porque quando achas especial alguma coisa eu também acho
Gosto de ti porque me ponho à tua frente quanto atravessamos uma estrada
Gosto de ti porque na rua quero comprar-te tudo o que vejo nas lojas
Ao receber alguma coisa de ti, tocas-me com tanto carinho, gosto de ti
Gosto de ti porque acho mesmo que és das melhores pessoas do mundo
Gosto de ti porque quando discutimos eu prefiro que tu ganhes
Gosto de ti porque me ensinaste que “o teu cabelo é um acto divino”
Nos dias em que não sei nada continuo a saber, sempre, que gosto muito, muito de ti
Ana Pena
19/07/05
quarta-feira, julho 20, 2005
quarta-feira, julho 13, 2005
NÃO se Vê
NÃO se Vê
Sibila a cigarra as notas sangrentas do (estar) só
Pinhal vazio de árvores que riscam o vácuo
Há pássaros estrangulados
Ausência de ar
Não se vê
Só pássaros mortos corpos espalhados. Horizontalmente
As minhocas dilaceradas no chão. É papa húmida.
Porque já não suportam os tóxicos do não, no chão que
Não se vê
Só minhocas. Empastadamente.
O pinhal não se mexe, não se respira, não se cria
Não se vê
Como eu agora a toda a hora porquê
Cantando notas sangrentas
Ninguém vê
Rigidamente
Há giz a chiar no quadro
Agudamente
Parte-se
Estou a chorar
Ninguém vê porquê
Ninguém vê
Ninguém vê
Ninguém vê
Ana Pena
13/07/05
Sibila a cigarra as notas sangrentas do (estar) só
Pinhal vazio de árvores que riscam o vácuo
Há pássaros estrangulados
Ausência de ar
Não se vê
Só pássaros mortos corpos espalhados. Horizontalmente
As minhocas dilaceradas no chão. É papa húmida.
Porque já não suportam os tóxicos do não, no chão que
Não se vê
Só minhocas. Empastadamente.
O pinhal não se mexe, não se respira, não se cria
Não se vê
Como eu agora a toda a hora porquê
Cantando notas sangrentas
Ninguém vê
Rigidamente
Há giz a chiar no quadro
Agudamente
Parte-se
Estou a chorar
Ninguém vê porquê
Ninguém vê
Ninguém vê
Ninguém vê
Ana Pena
13/07/05
domingo, julho 10, 2005
Sabes as folhas verdes das lembranças?
Estremecem hoje nos meus olhos,
Vasos de lágrimas.
Queria que o tempo não passasse
Mas permanecesse.
Como um pêndulo dos dias estagnado
Como um tic sem tac
Ouço os teus passos a ranger dentro do tímpano
Ensurdece lembrar a tua presença,
Rebenta comigo.
Vaga que se apodera de um corpo fraco
E o retalha brutalmente contra rocha afiada
Sucessivamente
A cada vez que percebo o absoluto da realidade
Pelo chão vidros
Reflectem fragmentos
Do meu rosto
Exteriores dos estilhaços cá por dentro
Há manhãs claras para quem se procura mutuamente
E florestas queimadas para quem se consome no antigamente.
Estremecem hoje nos meus olhos,
Vasos de lágrimas.
Queria que o tempo não passasse
Mas permanecesse.
Como um pêndulo dos dias estagnado
Como um tic sem tac
Ouço os teus passos a ranger dentro do tímpano
Ensurdece lembrar a tua presença,
Rebenta comigo.
Vaga que se apodera de um corpo fraco
E o retalha brutalmente contra rocha afiada
Sucessivamente
A cada vez que percebo o absoluto da realidade
Pelo chão vidros
Reflectem fragmentos
Do meu rosto
Exteriores dos estilhaços cá por dentro
Há manhãs claras para quem se procura mutuamente
E florestas queimadas para quem se consome no antigamente.
terça-feira, julho 05, 2005
Há uma coisa que adoro no Alentejo
Alentejo, Estremoz, S.Bento do Cortiço 2005
Há uma coisa que eu adoro: o pôr-do-sol do Alentejo
Há uma coisa que eu desejo: que nunca haja um pôr-de-amor
No nosso ninho
Que nunca as oliveiras deixem cair a flor
Que a água nunca seque nas barragens
Há uma coisa que eu peço: que nunca haja um pôr-de-amor
Nas nossas margens
Outra coisa que adoro: o céu estrelado do Alentejo
Adoro cada estrela cadente, cada desejo
Que nosso campo de trigo exista sempre em nosso beijo
Que nunca cresça entre nós um monte nú
Há uma coisa que eu adoro no Alentejo
Tu
Ana Pena
5/07/05
sexta-feira, julho 01, 2005
Outrora
Outrora ficava satisfeita de sentir pássaros voar
De ouvir o vento nos cabelos, esquecer o tempo
E achar que seria sempre assim, sempre amar
E achar que seria sempre assim, todo o momento
O doce da vida era viver com aquele arrepiar
O mel que subia à boca, a tontura do sentimento
E achar que seria sempre assim, sempre amar
E achar que seria sempre assim, todo o momento
Laranjas aos gomos nos teus lábios
Molhavam-me a pele de doces sonhos
Os sentidos soltos em perpétuo movimento…
Corriam crinas ao vento
E achar que seria sempre assim, sempre amar
Que seria sempre assim, todo o momento…
Um dia o enforcado caiu do cadafalso
Estrangulado pelo laço do engano
Secretamente colocado no seu alvo
Ela, pela mão de um Cupido insano
Que não mediu o amar perdidamente que achou
Ela, ser sempre assim sem cadafalsos
Mas numa Torre há sempre uma donzela
Que se esqueceu de acreditar nos próprios passos
Ana Pena
01/07/05
De ouvir o vento nos cabelos, esquecer o tempo
E achar que seria sempre assim, sempre amar
E achar que seria sempre assim, todo o momento
O doce da vida era viver com aquele arrepiar
O mel que subia à boca, a tontura do sentimento
E achar que seria sempre assim, sempre amar
E achar que seria sempre assim, todo o momento
Laranjas aos gomos nos teus lábios
Molhavam-me a pele de doces sonhos
Os sentidos soltos em perpétuo movimento…
Corriam crinas ao vento
E achar que seria sempre assim, sempre amar
Que seria sempre assim, todo o momento…
Um dia o enforcado caiu do cadafalso
Estrangulado pelo laço do engano
Secretamente colocado no seu alvo
Ela, pela mão de um Cupido insano
Que não mediu o amar perdidamente que achou
Ela, ser sempre assim sem cadafalsos
Mas numa Torre há sempre uma donzela
Que se esqueceu de acreditar nos próprios passos
Ana Pena
01/07/05
Num campo sem longe nem perto
Cada casa tinha um campo de cidades a arder
Revoluções do mundo, sismos desenterrados
Debaixo da cama estavam monstros guardados
E corações perdidos ao caos do perder
Ouviam-se uivos trovejantes e relâmpagos
Que explodiam na tempestade desse dia
Á força bruta do mar toda a terra rugia
Chegava medo até aos cemitérios de crisântemos
Nunca a luz rasgava o lúgubre preto
Jamais se ouviam vozes humanas, só deserto
Nada
Nem uma única e preciosa vida
Sobrou naquele campo sem longe nem perto
Ninguém ficou para contar esse dia.
Nem eu, mas recordo-o para sempre como meu…
Quando as lágrimas escorrem pela tua fotografia.
Porque partiste?
Ana Pena
Revoluções do mundo, sismos desenterrados
Debaixo da cama estavam monstros guardados
E corações perdidos ao caos do perder
Ouviam-se uivos trovejantes e relâmpagos
Que explodiam na tempestade desse dia
Á força bruta do mar toda a terra rugia
Chegava medo até aos cemitérios de crisântemos
Nunca a luz rasgava o lúgubre preto
Jamais se ouviam vozes humanas, só deserto
Nada
Nem uma única e preciosa vida
Sobrou naquele campo sem longe nem perto
Ninguém ficou para contar esse dia.
Nem eu, mas recordo-o para sempre como meu…
Quando as lágrimas escorrem pela tua fotografia.
Porque partiste?
Ana Pena
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