sexta-feira, julho 01, 2005

Num campo sem longe nem perto

Cada casa tinha um campo de cidades a arder
Revoluções do mundo, sismos desenterrados
Debaixo da cama estavam monstros guardados
E corações perdidos ao caos do perder
Ouviam-se uivos trovejantes e relâmpagos
Que explodiam na tempestade desse dia
Á força bruta do mar toda a terra rugia
Chegava medo até aos cemitérios de crisântemos
Nunca a luz rasgava o lúgubre preto

Jamais se ouviam vozes humanas, só deserto
Nada
Nem uma única e preciosa vida
Sobrou naquele campo sem longe nem perto

Ninguém ficou para contar esse dia.
Nem eu, mas recordo-o para sempre como meu…
Quando as lágrimas escorrem pela tua fotografia.

Porque partiste?


Ana Pena

1 comentário:

Anónimo disse...

lindo o sentimento que aqui consegues exprimir neste poema, sem palavras mesmo..continua a por destas maravilhas no blog que até dá gosto lê las...
bjo**