quarta-feira, julho 13, 2005

NÃO se Vê

NÃO se Vê


Sibila a cigarra as notas sangrentas do (estar) só
Pinhal vazio de árvores que riscam o vácuo
Há pássaros estrangulados
Ausência de ar
Não se vê

Só pássaros mortos corpos espalhados. Horizontalmente
As minhocas dilaceradas no chão. É papa húmida.
Porque já não suportam os tóxicos do não, no chão que
Não se vê

Só minhocas. Empastadamente.
O pinhal não se mexe, não se respira, não se cria
Não se vê


Como eu agora a toda a hora porquê
Cantando notas sangrentas
Ninguém vê
Rigidamente
Há giz a chiar no quadro
Agudamente
Parte-se
Estou a chorar
Ninguém vê porquê
Ninguém vê
Ninguém vê
Ninguém vê



Ana Pena
13/07/05

1 comentário:

Anónimo disse...

"I have seen peace. I have seen pain,
Resting on the shoulders of your name.
Do you see the truth through all their lies?
Do you see the world through troubled eyes?
And if you want to talk about it anymore,
Lie here on the floor and cry on my shoulder,
I'm a friend."

Cry by James Blunt


Agr ke tams de férias vejo aki poemas tristes?! Ai! Não pode ser!
Apesar de triste é linduuuh!

Bjokas e boas férias**