sexta-feira, julho 01, 2005

Outrora

Outrora ficava satisfeita de sentir pássaros voar
De ouvir o vento nos cabelos, esquecer o tempo
E achar que seria sempre assim, sempre amar
E achar que seria sempre assim, todo o momento

O doce da vida era viver com aquele arrepiar
O mel que subia à boca, a tontura do sentimento
E achar que seria sempre assim, sempre amar
E achar que seria sempre assim, todo o momento

Laranjas aos gomos nos teus lábios
Molhavam-me a pele de doces sonhos
Os sentidos soltos em perpétuo movimento…
Corriam crinas ao vento
E achar que seria sempre assim, sempre amar
Que seria sempre assim, todo o momento…

Um dia o enforcado caiu do cadafalso
Estrangulado pelo laço do engano
Secretamente colocado no seu alvo
Ela, pela mão de um Cupido insano
Que não mediu o amar perdidamente que achou
Ela, ser sempre assim sem cadafalsos
Mas numa Torre há sempre uma donzela
Que se esqueceu de acreditar nos próprios passos

Ana Pena
01/07/05

1 comentário:

Anónimo disse...

Oi ;) Agora que já terminei os exames tenho todo tempo para ficar aqui a ler os teus poemas! Gostei de todos...tens mesmo jeito para a poesia! Beijitos*** Cátia