segunda-feira, janeiro 29, 2007

Mais uma vez o velho comboio cinzento
Rasgou a névoa de horas idas,
Mais uma vez o antigo sentimento
Ressuscitou em brancas cinzas,
O linho dos sonhos recordado
Transluz ao sol depois da chuva,
Encosto fielmente ao parapeito
A minha cara apagada e batida
Cheira a limpo, cheira a terra
Teus fios de cabelo abalam com o vento…

… E eis que o céu se entristece
E se encolhe acanhado com a terra,
Mais forte agora é o mofo ameno
Que sinto esvair assustada da serra
Para sempre, a face mal enterrada
Teus fios de cabelo expiram sem tempo …
E brancos partem na negra galera …
O frágil linho tecido por dentro
Sobrevive num tear humano poeirento
Encostado ao parapeito sem lida
Aprendo a fadiga da vida
E os olhos sós, suspiram, cansados
Brisas que outrora houveram…

…O antigo comboio desfeito em tábuas
Range e vai com a dor, da minha pouca terra
Pouca terra
Pouca terra
de amor…

Sem comentários: